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Documento 107. A Origem e a Natureza dos Ajustadores do Pensamento |
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Documento 109. A Relação dos Ajustadores com as Criaturas do Universo |
108:0.1 A MISSÃO dos Ajustadores do Pensamento junto às raças humanas é a de representar, de ser o Pai Universal, para as criaturas mortais do tempo e do espaço; é esse o trabalho fundamental das dádivas divinas. A sua missão também é a de elevar as mentes mortais e transladar as almas imortais dos homens às alturas divinas e até os níveis espirituais da perfeição do Paraíso. E, na experiência de transformar, assim, a natureza humana da criatura temporal na natureza divina do finalitor eterno, os Ajustadores trazem à existência um tipo único de ser; um ser que, constando da união eterna do Ajustador perfeito e da criatura perfeccionada, seria impossível duplicar por qualquer outra técnica no universo.
108:0.2 Nada, em níveis não existenciais no universo inteiro, pode substituir o fato da experiência. O Deus infinito é, como sempre, repleto e completo, infinitamente inclusivo de todas as coisas, exceto do mal e da experiência da criatura. Deus não pode fazer errado; Ele é infalível. Deus não pode experiencialmente conhecer aquilo que ele jamais experienciou pessoalmente; o pré-conhecimento de Deus é existencial. E é por isso que o espírito do Pai desce do Paraíso, para participar de toda a experiência de plena boa-fé, junto com os mortais finitos, na carreira ascendente; apenas por esse método o Deus existencial poderia tornar-se, na verdade e de fato, o Pai experiencial do homem. A infinitude do Deus eterno engloba o potencial para a experiência finita, a qual torna-se um fato, na ministração dos fragmentos Ajustadores, pois eles efetivamente compartilham das vicissitudes da experiência da vida dos seres humanos.
108:1.1 Quando os Ajustadores são despachados de Divínington para o serviço mortal, todos eles são idênticos, em dotação de divindade existencial; mas diferenciam-se pelas qualidades experienciais, na proporção do seu contato prévio com as criaturas evolucionárias, e nelas. Nós não podemos explicar a base do compromisso dos Ajustadores, mas conjecturamos que tais dons divinos sejam outorgados de acordo com alguma política sábia e eficiente; segundo a aptidão eterna para a adaptação à personalidade residida. Observamos que o Ajustador mais experiente é, freqüentemente, o residente do tipo mais elevado de mente humana; a herança humana deve, portanto, ser um fator considerável na escolha, durante a seleção e o comprometimento.
108:1.2 Ainda que não saibamos em definitivo, acreditamos firmemente que todos os Ajustadores do Pensamento sejam voluntários. Antes, todavia, mesmo de se fazerem voluntários, eles estão de posse de todos os dados a respeito do candidato a ser residido. As pesquisas seráficas sobre os ancestrais e o modelo projetado de condutas de vida são transmitidos, pela via do Paraíso, ao corpo de reserva dos Ajustadores, em Divínington, por meio da técnica de refletividade, que se estende para dentro, vinda das capitais dos universos locais, até as sedes-centrais dos superuniversos. Esse prognóstico não apenas abrange os antecedentes hereditários do candidato mortal, mas também a estimativa provável de seus dons intelectuais e capacidade espiritual. Os Ajustadores, assim, voluntariam-se para residir nas mentes daqueles cujas naturezas íntimas eles já teriam avaliado plenamente.
108:1.3 O Ajustador que se faz voluntário está particularmente interessado em três qualificações do candidato humano:
108:1.4 1. A capacidade intelectual. A mente é normal? Qual é o potencial intelectual, a capacidade da inteligência? Pode o indivíduo desenvolver-se a ponto de ser uma criatura de vontade e de boa-fé? A sabedoria terá com ele uma oportunidade de atuar?
108:1.5 2. A percepção espiritual. As perspectivas, no que se refere ao desenvolvimento, o nascimento e o crescimento da natureza religiosa. Qual é o potencial da alma, qual é a provável capacidade espiritual de receptividade?
108:1.6 3. Os potenciais intelectuais e espirituais combinados. O grau em que estes dois dons podem, provavelmente, estar associados, combinados, de modo a resultar na força do caráter humano e contribuir para a evolução certa de uma alma imortal, com valor de sobrevivência.
108:1.7 De posse desses dados, acreditamos que os Monitores se voluntariem livremente para a sua missão. Provavelmente mais de um Ajustador voluntarie-se; talvez as ordens personalizadas supervisoras selecionem, desse grupo de Ajustadores voluntários, o mais adequado à tarefa de espiritualizar e de eternizar a personalidade do candidato mortal. (No comprometimento e no serviço dos Ajustadores, o sexo da criatura não entra em consideração.)
108:1.8 O curto espaço de tempo, entre o ato de se fazer voluntário e o momento em que o Ajustador é factualmente despachado, é passado, presumivelmente, nas escolas dos Monitores Personalizados, em Divínington, onde um modelo da mente mortal em expectativa é utilizado na instrução do Ajustador designado, quanto aos planos mais eficazes para aproximar-se da personalidade e para a espiritualização da mente. Esse modelo de mente é formulado por meio de uma combinação dos dados supridos pelo serviço de refletividade do superuniverso. Pelo menos esse é o nosso entendimento, uma crença que temos e que mantemos, resultante da junção de informações, asseguradas pelo contato com muitos Ajustadores Personalizados, ao longo das prolongadas carreiras dos Mensageiros Solitários no universo.
108:1.9 Uma vez que os Ajustadores sejam despachados, de fato, de Divínington, nenhum tempo, praticamente, decorre entre esse momento e a hora do seu surgimento, na mente do sujeito da sua escolha. O tempo médio, para o trânsito, de um Ajustador, de Divínington a Urântia, é de 117 horas, 42 minutos e 7 segundos. E todo esse tempo é, virtualmente, gasto com o registro em Uversa.
108:2.1 Embora se voluntariem para o serviço tão logo as previsões da personalidade sejam transmitidas a Divínington, os Ajustadores não se comprometem, de fato, antes que o sujeito humano tome a sua primeira decisão moral, de personalidade. A primeira escolha moral do filho humano fica automaticamente indicada, no sétimo ajudante da mente, que a registra, instantaneamente, por meio do Espírito Criativo Materno do universo local, no circuito da gravidade da mente universal do Agente Conjunto, na presença do Espírito Mestre da jurisdição do superuniverso; e, a partir daí, este despacha a informação para Divínington. Os Ajustadores chegam aos seus sujeitos humanos em Urântia, comumente, um pouco antes do sexto aniversário deles. Na geração atual, transcorrem cinco anos, dez meses e quatro dias; isto significa o dia 2 134 da sua vida terrestre.
108:2.2 Os Ajustadores não podem invadir a mente mortal, antes que ela haja sido devidamente preparada, pela ministração interior dos espíritos ajudantes da mente; e antes que seja conectada ao circuito do Espírito Santo. E isso requer a atuação coordenada de todos sete ajudantes, para qualificar a mente humana para a recepção de um Ajustador. A mente da criatura deve demonstrar um certo alcance de adoração e indicar a função da sabedoria, demonstrando capacidade de escolher entre os valores emergentes do bem e do mal — a escolha moral.
108:2.3 Assim, fica estabelecido qual é o estágio da mente humana para a recepção do Ajustador; mas, regra geral, ele não aparece, imediatamente, para residir nessas mentes, exceto naqueles mundos nos quais o Espírito da Verdade está atuando como um coordenador espiritual dessas diferentes ministrações espirituais. Se esse espírito dos Filhos auto-outorgados estiver presente, os Ajustadores infalivelmente chegam no instante em que o sétimo espírito ajudante da mente começa a funcionar e sinaliza ao Espírito Materno do Universo que já realizou, em potencial, a coordenação dos seis ajudantes interligados, que eram uma ministração prévia dada a esse intelecto mortal. E assim, pois, em Urântia, desde o Dia de Pentecostes, os Ajustadores divinos têm sido universalmente outorgados a todas as mentes mortais normais, de status moral[1].
108:2.4 Mesmo tratando-se de mentes dotadas com o Espírito da Verdade, os Ajustadores não podem, arbitrariamente, invadir um intelecto mortal antes do surgimento da decisão moral. Todavia, uma vez que essa decisão moral haja sido tomada, esse auxiliar espiritual assume a jurisdição diretamente de Divínington. Não há intermediários ou outras autoridades interferindo, nem poderes funcionando entre os Ajustadores divinos e os seus sujeitos humanos; Deus e o homem estão diretamente relacionados.
108:2.5 Antes da época da efusão do Espírito da Verdade sobre os habitantes de um mundo evolucionário, o outorgamento dos Ajustadores parece ser determinado por muitas influências espirituais e por atitudes da personalidade. Nós não compreendemos completamente as leis que comandam tais outorgas; não compreendemos o que determina exatamente a liberação dos Ajustadores, os quais se fizeram voluntários para residir em tais mentes em evolução. Contudo, observamos numerosas influências e condições que parecem estar associadas à chegada dos Ajustadores nessas mentes, antes do outorgamento e da efusão do Espírito da Verdade e, pois, são elas:
108:2.6 1. A designação de guardiães seráficos pessoais. Se um mortal não houver sido previamente residido por um Ajustador, a designação de um guardião seráfico pessoal traz o Ajustador, em seguida. Existe uma relação definida, todavia desconhecida, entre a ministração dos Ajustadores e o ministério dos guardiães seráficos pessoais.
108:2.7 2. O alcançar do terceiro círculo da realização intelectual e da realização espiritual. Tenho observado os Ajustadores chegando às mentes mortais, depois da conquista do terceiro círculo, mesmo antes que tal feito pudesse ser assinalado para as personalidades do universo local, a quem concerniriam tais questões.
108:2.8 3. Quando da tomada de uma suprema decisão de importância espiritual inusitada. Esse comportamento humano pessoal durante uma crise planetária, via de regra, é seguido da chegada imediata do Ajustador o qual já aguardava.
108:2.9 4. O espírito da fraternidade. A despeito da realização, nos círculos psíquicos e da designação de guardiães pessoais — na ausência de qualquer coisa semelhante a uma decisão de crise — , quando um mortal em evolução torna-se dominado pelo amor dos seus semelhantes e consagra-se à ministração não-egoísta a seus irmãos na carne, o Ajustador, que aguarda, invariavelmente desce para residir na mente desse ministro mortal.
108:2.10 5. A declaração da intenção de fazer a vontade de Deus. Observamos que muitos mortais, nos mundos do espaço, podem estar aparentemente prontos para receber os Ajustadores e, ainda assim, os Monitores não aparecem. Continuamos observando tais criaturas na sua vida, dia a dia, até que silenciosa e subitamente, e inconscientemente quase, elas chegam à decisão de começar a querer fazer a vontade do Pai no Céu. E observamos, então, que os Ajustadores são imediatamente despachados.
108:2.11 6. A influência do Ser Supremo. Em mundos onde os Ajustadores não se fusionam com as almas em evolução dos habitantes mortais, observamos que os Ajustadores, algumas vezes, são outorgados em resposta a influências que estão totalmente além da nossa compreensão. Conjecturamos que tais outorgamentos sejam determinados por alguma ação de reflexo cósmico originada no Ser Supremo. Quanto ao porquê de esses Ajustadores não poderem fundir-se, ou de não se fundirem, com certos tipos de mentes mortais em evolução, não sabemos. Tais transações nunca nos foram reveladas.
108:3.1 Até onde sabemos, os Ajustadores estão organizados como uma unidade independente de trabalho no universo dos universos e, aparentemente, são administrados diretamente a partir de Divínington. Eles são uniformes em todos sete superuniversos; todos os universos locais sendo servidos por tipos idênticos de Monitores Misteriosos. Sabemos, por observação, que há inúmeras séries de Ajustadores envolvendo uma organização em série, que se estende às raças, às dispensações e aos mundos, sistemas e universos. Contudo, é extremamente difícil seguir os passos dessas dádivas divinas, pois elas funcionam de modo intercambiável, em todo o grande universo.
108:3.2 O registro dos Ajustadores é feito e conhecido (fora de Divínington) apenas nas sedes-centrais dos sete superuniversos. O número e a ordem de cada Ajustador, residente em cada criatura ascendente, são reportados pelas autoridades do Paraíso, às sedes-centrais dos superuniversos, e, de lá, comunicados às sedes-centrais do universo local envolvido e transmitidos ao planeta particularmente em pauta. No entanto, os registros do universo local não revelam o número total dos Ajustadores do Pensamento; os registros de Nébadon contêm apenas o número daqueles que estão em compromissos no universo local, conforme designado pelos representantes dos Anciães dos Dias. O alcance real do número completo dos Ajustadores é conhecido apenas em Divínington.
108:3.3 Os sujeitos humanos são, muitas vezes, conhecidos pelos números dos seus Ajustadores; os seres mortais não recebem nomes reais, no universo, até que se fusionem com os seus Ajustadores, união esta que é assinalada pelo guardião do destino o qual faz a outorga de um novo nome à nova criatura[2].
108:3.4 Embora tenhamos os registros dos Ajustadores em Orvônton, se bem que não tenhamos absolutamente nenhuma autoridade sobre eles, nem tampouco nenhuma relação administrativa com eles, nós acreditamos firmemente que exista uma relação administrativa muito direta entre os mundos individuais dos universos locais e o alojamento central das dádivas divinas em Divínington. Sabemos que, em seguida ao aparecimento de um Filho do Paraíso auto-outorgado, um mundo evolucionário passa a ter um Ajustador Personalizado, designado para ele, como supervisor planetário dos Ajustadores.
108:3.5 É interessante notar que os inspetores do universo local, quando estão efetuando um exame planetário, sempre se referem ao dirigente planetário dos Ajustadores do Pensamento; e fazem do mesmo modo quando enviam as suas acusações aos dirigentes dos serafins e aos líderes de outras ordens de seres ligados à administração de um mundo em evolução. Recentemente, Urântia foi submetida a uma dessas inspeções periódicas de Tabamântia, supervisor soberano de todos os planetas de vida-experimental no universo de Nébadon. E os registros revelam que, além das suas admoestações e acusações dirigidas aos vários dirigentes das personalidades supra-humanas, ele também deu o testemunho seguinte aos comandantes dos Ajustadores, estivessem eles localizados no planeta, em Sálvington, em Uversa, ou Divínington, não sabemos ao certo, mas ele disse:
108:3.6 “Agora a vós, superiores, bem acima de mim, venho como um que tem a autoridade, temporariamente, sobre a série dos planetas experimentais; e venho expressar minha admiração e um profundo respeito por esse magnífico grupo de ministros celestes, os Monitores Misteriosos, o qual se tem voluntariado para servir nessa esfera irregular. Não importa quão sofridas tenham sido as crises, eles jamais falharam. Seja nos registros de Nébadon, seja perante as comissões de Orvônton, jamais foi feita uma acusação a um Ajustador divino. Eles têm sido leais à confiança depositada neles; e divinamente fiéis. Têm ajudado a ajustar os erros e a compensar as falhas de todos os que trabalham nesse planeta confuso. São seres maravilhosos, guardiães do bem nas almas deste reino retrógrado. A eles dedico o meu respeito, ainda que estejam aparentemente sob a minha jurisdição, como ministros voluntários. Eu me inclino perante eles, em humilde reconhecimento, pela delicada falta de egoísmo de todos eles, pela sua ministração compreensiva e devoção imparcial. Merecem o nome de servidores, semelhantes a Deus, dos habitantes mortais deste mundo dilacerado por conflitos, alquebrado por lamentos e afligido por doenças. Eu honro a todos eles! Chego mesmo a cultuá-los!”
108:3.7 Como resultado de muitas indicações sugestivas de evidências, acreditamos que os Ajustadores sejam cuidadosamente organizados, que exista uma diretiva administrativa profundamente inteligente e eficiente voltada para essas dádivas divinas, de alguma fonte central longínqua em Divínington provavelmente. Sabemos que eles vêm de Divínington para os mundos; e, indubitavelmente, retornam para ali quando da morte dos seus sujeitos.
108:3.8 Entre as ordens mais elevadas de espíritos torna-se extremamente difícil descobrir os mecanismos da sua administração. A minha ordem de personalidades, ainda que engajada na continuação dos nossos deveres específicos, está participando, de forma indiscutivelmente inconsciente, em inúmeros outros grupos de sub-Deidades pessoais e impessoais, funcionando unidos, como agentes de correlação, nesse imenso universo. Suspeitamos que estamos, dessa forma, servindo, porque somos o único grupo de criaturas personalizadas (à parte os Ajustadores Personalizados) que está consciente, uniformemente, da presença de numerosas ordens de entidades pré-pessoais.
108:3.9 Podemos dar ciência da presença dos Ajustadores, que são fragmentos da Deidade pré-pessoal da Primeira Fonte e Centro. Sentimos a presença dos Espíritos Inspirados da Trindade, que são expressões suprapessoais da Trindade do Paraíso. Do mesmo modo, infalivelmente, detectamos a presença espiritual de certas ordens não reveladas, provenientes do Filho Eterno e do Espírito Infinito. E não somos inteiramente insensíveis a outras entidades, não reveladas a vós.
108:3.10 Os Melquisedeques de Nébadon ensinam que os Mensageiros Solitários são as personalidades coordenadoras dessas várias influências que se registram nas Deidades em expansão do Ser Supremo evolucionário. É muito possível que nós possamos ser participantes da unificação experiencial de muitos dos fenômenos inexplicados do tempo; mas não estamos conscientemente seguros de estarmos assim funcionando.
108:4.1 À parte uma possível coordenação com outros fragmentos da Deidade, os Ajustadores estão inteiramente a sós na sua esfera de atividade, na mente mortal. Os Monitores Misteriosos demonstram, eloqüentemente, o fato de que, embora o Pai possa haver, aparentemente, renunciado ao exercício de todo poder e de toda autoridade pessoal direta, em todo o grande universo, e, não obstante esse ato de abnegação em favor dos filhos do Supremo Criador, das Deidades do Paraíso, o Pai certamente reservou a Si o direito intransferível de estar presente nas mentes e nas almas das suas criaturas evolucionárias, com o fito de poder atuar, desse modo, no sentido de atrair todas as criaturas da criação para Si Próprio, coordenadamente com a gravidade espiritual dos Filhos do Paraíso. O vosso Filho do Paraíso auto-outorgado, quando ainda em Urântia, disse: “Se me elevar, eu atrairei todos os homens”[3]. Nós reconhecemos e compreendemos esse poder espiritual de atração dos Filhos do Paraíso e das suas Coligadas Criativas; mas não entendemos assim tão plenamente os métodos de funcionamento do Pai onisciente, por intermédio destes e nestes Monitores Misteriosos, que vivem e que atuam tão valentemente dentro da mente humana.
108:4.2 Ainda que não subordinados, coordenados, ou aparentemente relacionados com o trabalho no universo dos universos, embora atuando independentemente nas mentes dos filhos dos homens, essas presenças misteriosas impulsionam incessantemente as criaturas nas quais residem na direção dos ideais divinos, sempre os atraindo para cima no sentido dos propósitos e das metas de uma vida futura melhor. Esses Monitores Misteriosos estão atuando continuamente para o estabelecimento do domínio espiritual de Michael em todo o universo de Nébadon; e, ao mesmo tempo, contribuindo, misteriosamente, para a estabilização da soberania dos Anciães dos Dias em Orvônton. Os Ajustadores são a vontade de Deus; e, já que os Filhos do Deus Criador Supremo também incorporam, pessoalmente, essa mesma vontade, torna-se inevitável que as ações dos Ajustadores e a soberania dos governantes do universo devam ser mutuamente interdependentes. Ainda que aparentemente desconectadas, a presença do Pai, nos Ajustadores e a soberania do Pai, em Michael de Nébadon, devem ser manifestações diversas da mesma divindade.
108:4.3 Os Ajustadores do Pensamento parecem ir e vir de um modo totalmente independente de todas e quaisquer presenças espirituais; eles parecem funcionar de acordo com leis do universo, que são totalmente diferentes daquelas que governam e controlam as atuações de todas as outras influências espirituais. Contudo, apesar de tal independência aparente, a observação por um prazo mais longo revela, inquestionavelmente, que eles funcionam na mente humana em sincronia e coordenação perfeitas com todas as outras ministrações espirituais, incluindo a dos espíritos ajudantes da mente, do Espírito Santo, do Espírito da Verdade e de outras influências.
108:4.4 Quando um mundo fica isolado por causa de uma rebelião; quando um planeta é desligado de toda comunicação feita com os circuitos externos, como Urântia ficou depois da sublevação de Caligástia, com excessão dos mensageiros pessoais, não resta senão uma possibilidade de comunicação interplanetária ou universal, e esta é feita por meio da ligação efetuada com os Ajustadores das esferas. Não importa o que possa acontecer em um mundo ou universo, os Ajustadores nunca se envolvem diretamente. O isolamento de um planeta, de nenhum modo, afeta os Ajustadores, nem a sua capacidade de se comunicar com qualquer parte do universo local, do superuniverso ou do universo central. E essa é a razão pela qual os contatos com os Ajustadores supremos e os Ajustadores auto-atuantes do corpo de reserva do destino são feitos, tão freqüentemente, nos mundos em quarentena. Os recursos para essa técnica, são providos como um meio de contornar as limitações do isolamento planetário. Em anos recentes, os circuitos dos arcanjos têm funcionado em Urântia; mas esse meio de comunicação é grandemente limitado às transações feitas pelo próprio corpo de arcanjos.
108:4.5 Somos conhecedores de muitos fenômenos espirituais, na vastidão do universo, cujo entendimento pleno nos escapa. Não temos, ainda, a mestria do conhecimento de tudo o que ocorre à nossa volta; e acredito que muito desse trabalho inescrutável seja efetuado pelos Mensageiros da Gravidade e por alguns tipos de Monitores Misteriosos. Não creio que os Ajustadores estejam devotados apenas a recompor as mentes mortais. Estou persuadido de que os Monitores Personalizados e outras ordens de espíritos pré-pessoais ainda não reveladas sejam representativos do contato direto e inexplicável do Pai Universal com as criaturas dos reinos.
108:5.1 Os Ajustadores aceitam um compromisso difícil quando se fazem voluntários para residir em seres compostos, como esses que vivem em Urântia. No entanto, eles assumiram a tarefa de coexistir nas vossas mentes, para nelas receber as recomendações das inteligências espirituais dos reinos e assumir a tarefa de re-ditar ou de traduzir essas mensagens espirituais para a mente material; eles são indispensáveis à ascensão ao Paraíso.
108:5.2 Tudo que o Ajustador não pode aplicar à vossa vida atual, aquelas verdades que ele não pode transmitir com êxito ao homem ao qual se afiança, ele irá guardar fielmente para usar no próximo estágio de existência, do mesmo modo que ele agora transporta, de círculo para círculo, todos aqueles itens que ele não consegue registrar na experiência do seu sujeito humano, devido à incapacidade da criatura, ou ao fracasso dela em participar com um grau suficiente de cooperação.
108:5.3 Uma coisa na qual vós podeis confiar: os Ajustadores jamais deixarão que se perca qualquer coisa entregue aos seus cuidados; nunca soubemos que esses ajudantes espirituais houvessem falhado. Os anjos e outros tipos elevados de seres espirituais, não se excetuando os tipos de Filhos do universo local, podem ocasionalmente abraçar o mal, podem algumas vezes sair do caminho divino; mas os Ajustadores nunca falham. Eles são absolutamente confiáveis; e isso é verdadeiro, de modo igual, para todos os sete grupos deles[4].
108:5.4 O vosso Ajustador é o potencial da vossa nova e próxima ordem de existência, ele é uma dádiva em adiantamento da vossa filiação eterna a Deus. Por meio do consentimento da vossa vontade, e com esse consentimento, o Ajustador tem o poder de sujeitar as tendências da mente material às ações transformadoras das motivações e propósitos da alma moroncial que emerge.
108:5.5 Os Monitores Misteriosos não são meros assistentes do pensamento; eles são os ajustadores do vosso pensamento. Eles trabalham com a mente material no propósito de construir, por meio do ajustamento e da espiritualização, uma nova mente, para os novos mundos e para o novo nome da vossa carreira futura[5]. A missão deles concerne, principalmente, à vida futura, não a esta vida. Eles são chamados de ajudantes celestes, não de ajudantes terrenos. Eles não estão interessados em tornar fácil a carreira mortal; antes, estão ocupados em tornar a vossa vida razoavelmente difícil e acidentada, de modo tal que as decisões sejam estimuladas e multiplicadas. A presença de um Ajustador do Pensamento especial não confere facilidade de vida, nem vos livra do raciocinar árduo; mas esse dom divino acaba por conferir uma paz sublime de mente e uma tranqüilidade magnífica de espírito.
108:5.6 As vossas emoções passageiras, e sempre em mutação, entre alegria e tristeza, são reações puramente humanas e materiais do vosso clima psíquico interior ao vosso meio ambiente externo. E, portanto, não encarai o Ajustador como um consolador egoístico, nem conteis com ele para o vosso conforto enquanto mortais. A tarefa do Ajustador é preparar-vos para a aventura eterna, é assegurar a vossa sobrevivência. Não faz parte da missão do Monitor Misterioso suavizar os vossos sentimentos turbulentos, nem vos curar no vosso orgulho ferido; é na preparação da vossa alma que o Ajustador coloca a sua atenção e ocupa o seu tempo; na preparação da vossa alma para a longa carreira ascendente.
108:5.7 Duvido que eu seja capaz de explicar-vos, exatamente, o que os Ajustadores fazem nas vossas mentes, nem o que fazem pelas vossas almas. Não sei se sou plenamente conhecedor do que realmente acontece nessa associação cósmica, a de um Monitor divino com uma mente humana. Tudo é como um mistério para nós, não o plano e o propósito em si, mas o modo factual da sua realização. E é exatamente por isso que nos defrontamos com tais dificuldades para encontrar um nome apropriado para esses dons supernos dados aos homens mortais.
108:5.8 Os Ajustadores do Pensamento gostariam de transformar os vossos sentimentos de medo em convicções de amor e de confiança; mas eles não podem, mecânica e arbitrariamente, fazer tais coisas; isso é tarefa vossa. Ao assumir essas decisões, que vos livram das correntes do medo, estareis literalmente criando o ponto de apoio psíquico para que o Ajustador possa subseqüentemente entrar com a sua iluminação espiritual equilibradora e elevadora, necessária ao vosso progresso.
108:5.9 Quando se trata dos conflitos agudos e bem definidos entre as tendências mais elevadas e as mais baixas das raças, entre o que realmente é certo ou errado (não aquilo que vós meramente chamais de certo e de errado), vós podeis confiar que o Ajustador sempre participará de alguma maneira definida e ativa em tais experiências. O fato de que essa atividade do Ajustador possa ser inconsciente, para o parceiro humano, não cria demérito de nenhum modo para essa realidade e o seu valor.
108:5.10 Se vós tiverdes um guardião pessoal do destino e falhardes na sobrevivência, esse anjo guardião deve ser julgado com o fito de receber o indulto devido à execução, fiel ou não, da missão a ele confiada. Todavia, os Ajustadores do Pensamento não são submetidos assim a nenhum exame quando os seus sujeitos falham, quanto à sobrevivência. Todos nós sabemos que, enquanto é possível que um anjo possa sair da perfeição na sua ministração, os Ajustadores trabalham à maneira da perfeição do Paraíso; a sua ministração é caracterizada por uma técnica sem jaça que permanece além da possibilidade da crítica de qualquer ser fora de Divínington. Vós tendes guias perfeitos; e, por isso, a meta da perfeição é atingível, com toda a certeza.
108:6.1 De fato, é uma maravilha da condescendência divina que os elevados e perfeitos Ajustadores ofereçam-se a si próprios para uma existência factual, nas mentes das criaturas materiais, tais como os mortais de Urântia; para consumar realmente uma união probacionária com os seres de origem animal da Terra.
108:6.2 Não importa qual seja o status prévio dos habitantes de um mundo, após a auto-outorga de um Filho divino e após a efusão do Espírito da Verdade sobre todos os humanos, os Ajustadores acorrem até esse mundo para residir nas mentes de todas as criaturas normais de vontade. Em seguida ao cumprimento da missão de um Filho do Paraíso auto-outorgante, esses Monitores verdadeiramente se tornam o “Reino do céu, dentro de vós”[6]. Por intermédio do outorgamento dos dons divinos, o Pai aproxima-Se, o mais que pode, do pecado e do mal; pois é literalmente verdadeiro que o Ajustador deva coexistir na mente mortal, mesmo em meio à falta de retidão humana. Os Ajustadores residentes ficam particularmente atormentados pelos pensamentos que são puramente sórdidos e egoístas; ficam afligidos com a irreverência para com aquilo que é belo e divino; e muitos dos medos animais tolos e ansiedades infantis são obstáculos virtuais ao seu trabalho.
108:6.3 Os Monitores Misteriosos são, sem dúvida, a dádiva do Pai Universal, o reflexo da imagem de Deus projetado no universo. Um grande educador, certa vez, notificou aos homens de que eles deveriam renovar-se no espírito existente nas suas mentes; que eles tornar-se-iam homens novos que, como Deus, são criados na retidão e no cumprimento da verdade[7]. O Ajustador é a marca da divindade, a presença de Deus. A “imagem de Deus” não se refere à semelhança física, nem à limitação circunscrita do dom da criatura material, mas, antes, à dádiva da presença do espírito do Pai Universal, no outorgamento superno dos Ajustadores do Pensamento às humildes criaturas dos universos[8].
108:6.4 O Ajustador é a fonte da realização espiritual e a esperança de um caráter divino dentro de vós. Ele é o poder, o privilégio e a possibilidade de sobrevivência, que, tão plena e definitivamente, vos distingue das criaturas meramente animais. Ele é o estímulo espiritual mais alto e verdadeiramente interno do pensamento, em contraste com o estímulo externo e físico, que alcança a mente pelo mecanismo energético nervoso do corpo material.
108:6.5 Esses fiéis custódios da carreira futura, infalivelmente, duplicam toda a criação mental, em uma contraparte espiritual; eles estão assim, vagarosa e seguramente, recriando-vos como vós realmente sois (apenas espiritualmente) para a ressurreição, nos mundos de sobrevivência[9]. E todas essas delicadas recriações espirituais estão sendo preservadas, na realidade, que vai surgindo, da vossa alma imortal em evolução: o vosso eu moroncial. Essas realidades estão factualmente aí, não obstante o Ajustador raramente ser capaz de exaltar essas criações duplicadas, suficientemente, a ponto de exibi-las à luz da consciência.
108:6.6 E, do mesmo modo que sois o parentesco humano, o Ajustador é o parente divino do vosso eu real, o vosso eu mais elevado e avançado, o vosso eu moroncial melhor, o vosso eu espiritual futuro. E é essa alma moroncial, em evolução, que os juízes e censores discernem, quando vão decretar a vossa sobrevivência e a vossa passagem para cima, para os novos mundos e para uma existência infindável, em ligação eterna com o vosso parceiro fiel — Deus, o Ajustador.
108:6.7 Os Ajustadores são os ancestrais eternos, os originais divinos das vossas almas imortais evolucionárias; eles são o impulso incessante, que conduz o homem a conquistar a mestria material e presente da existência, à luz da carreira espiritual e futura. Esses Monitores são os reféns da esperança que não morre, são as fontes da progressão infindável. E como ficam felizes ao comunicarem-se com os seus sujeitos, por canais mais ou menos diretos! Como eles se regozijam, quando podem descartar os símbolos e outros métodos indiretos, e passam a poder comunicar as suas mensagens diretamente aos intelectos dos seus parceiros humanos!
108:6.8 Vós, humanos, iniciastes um desdobrar quase que sem fim de um panorama infinito, uma expansão sem limite de esferas de oportunidades, sempre mais amplas, de serviço jubiloso, de aventura sem par, de incerteza sublime e de alcances sem fronteiras. Quando nuvens se acumularem sobre as vossas cabeças, a vossa fé deveria aceitar o fato da presença do Ajustador residente e, assim, deveríeis ser capazes de olhar através das névoas da incerteza mortal, para o brilho claro do sol da retidão eterna, que clareia as alturas acolhedoras dos mundos das mansões de Satânia.
108:6.9 [Apresentado por um Mensageiro Solitário de Orvônton.]
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