O Livro de Urântia em inglês é de domínio público em todo o mundo desde 2006.
Traduções: © 2007 Fundação Urantia
Documento 85. As Origens da Adoração |
Índice
Versão única |
Documento 87. Os Cultos dos Fantasmas Ou Espectros |
EARLY EVOLUTION OF RELIGION
A EVOLUÇÃO PRIMITIVA DA RELIGIÃO
1955 86:0.1 THE evolution of religion from the preceding and primitive worship urge is not dependent on revelation. The normal functioning of the human mind under the directive influence of the sixth and seventh mind-adjutants of universal spirit bestowal is wholly sufficient to insure such development.
2007 86:0.1 A EVOLUÇÃO da religião a partir do impulso anterior primitivo de adoração não depende da revelação. O funcionamento normal da mente humana, sob as influências diretivas do sexto e do sétimo ajudantes da mente, dons que são do espírito universal, é totalmente suficiente para assegurar esse desenvolvimento.
1955 86:0.2 Man’s earliest prereligious fear of the forces of nature gradually became religious as nature became personalized, spiritized, and eventually deified in human consciousness. Religion of a primitive type was therefore a natural biologic consequence of the psychologic inertia of evolving animal minds after such minds had once entertained concepts of the supernatural.
2007 86:0.2 O mais antigo medo pré-religioso das forças da natureza, da parte do homem, tornou-se gradativamente religioso quando a natureza passou a ser personalizada, espiritualizada e finalmente deificada para a consciência humana. A religião do tipo primitivo foi, portanto, conseqüência biológica natural da inércia psicológica das mentes animais em evolução, depois que tais mentes haviam já admitido conceitos sobrenaturais.
1. CHANCE: GOOD LUCK AND BAD LUCK
1. O ACASO: BOA SORTE E MÁ SORTE
1955 86:1.1 Aside from the natural worship urge, early evolutionary religion had its roots of origin in the human experiences of chance—so-called luck, commonplace happenings. Primitive man was a food hunter. The results of hunting must ever vary, and this gives certain origin to those experiences which man interprets as good luck and bad luck. Mischance was a great factor in the lives of men and women who lived constantly on the ragged edge of a precarious and harassed existence.
2007 86:1.1 À parte o impulso natural da adoração, a religião evolucionária primitiva teve as suas raízes originárias nas experiências humanas com o acaso — a chamada sorte, os acontecimentos comuns. O homem primitivo foi um caçador de alimentos. Os resultados da caça variam sempre, e isso certamente dá origem a experiências que o homem interpreta como boa sorte e má sorte. O infortúnio era um grande fator nas vidas dos homens e mulheres que viviam constantemente no limite incerto de uma existência precária e acossada.
1955 86:1.2 The limited intellectual horizon of the savage so concentrates the attention upon chance that luck becomes a constant factor in his life. Primitive Urantians struggled for existence, not for a standard of living; they lived lives of peril in which chance played an important role. The constant dread of unknown and unseen calamity hung over these savages as a cloud of despair which effectively eclipsed every pleasure; they lived in constant dread of doing something that would bring bad luck. Superstitious savages always feared a run of good luck; they viewed such good fortune as a certain harbinger of calamity.
2007 86:1.2 O horizonte intelectual limitado do selvagem concentra de tal forma a atenção no acaso, que a sorte torna-se um fator constante na sua vida. Os urantianos primitivos lutavam pela existência, não por um padrão de vida; eles levavam vidas perigosas, nas quais o acaso exercia um papel importante. O pavor constante da calamidade desconhecida ou não visível pairava sobre esses selvagens como uma nuvem de desespero que efetivamente eclipsava cada prazer. Assim, eles viviam no constante pavor de fazer algo que pudesse trazer a má sorte. Os selvagens supersticiosos sempre temeram um período longo de boa sorte, considerando tal fortuna como precursora certa de calamidade.
1955 86:1.3 This ever-present dread of bad luck was paralyzing. Why work hard and reap bad luck—nothing for something—when one might drift along and encounter good luck—something for nothing? Unthinking men forget good luck—take it for granted—but they painfully remember bad luck.
2007 86:1.3 Esse pavor, sempre presente, da má sorte era paralisante. Por que trabalhar duro e colher como recompensa a má sorte — nada por alguma coisa — quando se poderia deixar ir e encontrar a boa sorte — alguma coisa por nada? Os homens irrefletidos esquecem-se da boa sorte — aceitam-na como certa — e dolorosamente se lembram da má sorte.
1955 86:1.4 Early man lived in uncertainty and in constant fear of chance—bad luck. Life was an exciting game of chance; existence was a gamble. It is no wonder that partially civilized people still believe in chance and evince lingering predispositions to gambling. Primitive man alternated between two potent interests: the passion of getting something for nothing and the fear of getting nothing for something. And this gamble of existence was the main interest and the supreme fascination of the early savage mind.
2007 86:1.4 O homem primitivo vivia na incerteza e no medo constante do acaso — da má sorte. A vida era uma aposta excitante de riscos; toda a existência era um jogo. Não é de se espantar que povos parcialmente civilizados ainda creiam no acaso e evidenciem predisposições remanescentes para o jogo. O homem primitivo alternava-se entre dois interesses poderosos: a paixão de conseguir algo por nada e o medo de não ganhar nada em troca de algo. E esse jogo da existência era o interesse principal e a fascinação suprema para a mente selvagem primitiva.
1955 86:1.5 The later herders held the same views of chance and luck, while the still later agriculturists were increasingly conscious that crops were immediately influenced by many things over which man had little or no control. The farmer found himself the victim of drought, floods, hail, storms, pests, and plant diseases, as well as heat and cold. And as all of these natural influences affected individual prosperity, they were regarded as good luck or bad luck.
2007 86:1.5 Os pastores de épocas posteriores tinham a mesma visão do acaso e da sorte, ao passo que os agricultores ainda mais recentes foram cada vez mais conscientes de que as colheitas eram influenciadas, de modo imediato, por muitas coisas sobre as quais o homem tinha pouco ou nenhum controle. O agricultor via-se vítima da seca, enchentes, granizo, tempestades, pestes e doenças das plantas, bem como calor e frio. E, como todas essas influências naturais afetavam a prosperidade do indivíduo, eram encaradas como boa ou má sorte.
1955 86:1.6 This notion of chance and luck strongly pervaded the philosophy of all ancient peoples. Even in recent times in the Wisdom of Solomon it is said: “I returned and saw that the race is not to the swift, nor the battle to the strong, neither bread to the wise, nor riches to men of understanding, nor favor to men of skill; but fate and chance befall them all. For man knows not his fate; as fishes are taken in an evil net, and as birds are caught in a snare, so are the sons of men snared in an evil time when it falls suddenly upon them.”
2007 86:1.6 Essa noção do acaso e da sorte impregnou fortemente a filosofia de todos os povos antigos. Mesmo em épocas recentes, na Sabedoria de Salomão, é dito: “Eu voltei e vi que a corrida não é dos velozes, nem a batalha dos fortes, nem o pão dos sábios, nem as riquezas dos homens de compreensão, nem o favorecimento dos homens de habilidade; mas o destino e o acaso a todos atingem. Pois o homem não conhece o seu destino; do mesmo modo que os peixes são colhidos em uma rede má, e os pássaros são apanhados em uma armadilha, também os filhos dos homens caem nas malhas de um tempo mau, quando este se abate subitamente sobre eles”[1].
2. THE PERSONIFICATION OF CHANCE
2. A PERSONIFICAÇÃO DO ACASO
1955 86:2.1 Anxiety was a natural state of the savage mind. When men and women fall victims to excessive anxiety, they are simply reverting to the natural estate of their far-distant ancestors; and when anxiety becomes actually painful, it inhibits activity and unfailingly institutes evolutionary changes and biologic adaptations. Pain and suffering are essential to progressive evolution.
2007 86:2.1 A ansiedade era o estado natural da mente selvagem. Quando homens e mulheres transformam-se em vítimas da ansiedade excessiva, estão simplesmente retornando ao estado natural dos seus ancestrais longínquos; e, quando a ansiedade torna-se de fato dolorosa, ela inibe a atividade e, infalivelmente, leva a mudanças evolucionárias e a adaptações biológicas. A dor e o sofrimento são essenciais à evolução progressiva.
1955 86:2.2 The struggle for life is so painful that certain backward tribes even yet howl and lament over each new sunrise. Primitive man constantly asked, “Who is tormenting me?” Not finding a material source for his miseries, he settled upon a spirit explanation. And so was religion born of the fear of the mysterious, the awe of the unseen, and the dread of the unknown. Nature fear thus became a factor in the struggle for existence first because of chance and then because of mystery.
2007 86:2.2 A luta pela vida é tão dolorosa que algumas tribos retrógradas, mesmo hoje, bramem e lamentam-se a cada novo amanhecer. O homem primitivo constantemente perguntava-se: “Quem me está atormentando?” Não encontrando uma fonte material para as suas mágoas, encontrou uma explicação no espírito. E, assim, a religião nasceu do medo do misterioso, do temor do invisível e do pavor do desconhecido. O medo da natureza tornou-se, pois, um fator na luta pela existência; primeiro, por causa do acaso e, depois, por causa do mistério.
1955 86:2.3 The primitive mind was logical but contained few ideas for intelligent association; the savage mind was uneducated, wholly unsophisticated. If one event followed another, the savage considered them to be cause and effect. What civilized man regards as superstition was just plain ignorance in the savage. Mankind has been slow to learn that there is not necessarily any relationship between purposes and results. Human beings are only just beginning to realize that the reactions of existence appear between acts and their consequences. The savage strives to personalize everything intangible and abstract, and thus both nature and chance become personalized as ghosts—spirits—and later on as gods.
2007 86:2.3 A mente primitiva era lógica, mas tinha poucas idéias fruto da associação inteligente; a mente selvagem era inculta, totalmente ingênua. Se um acontecimento vinha depois de outro, o selvagem considerava-os como causa e efeito. O que o homem civilizado considera como superstição, era só ignorância pura, no selvagem. A humanidade tem sido lenta em compreender que não há necessariamente qualquer relação entre propósitos e resultados. Os seres humanos estão apenas começando a compreender que as reações da existência surgem entre os atos e suas conseqüências. O selvagem esforça-se para personalizar tudo o que é intangível e abstrato e, assim, tanto a natureza quanto o acaso tornam-se personalizados como fantasmas — espíritos — e, mais tarde, deuses.
1955 86:2.4 Man naturally tends to believe that which he deems best for him, that which is in his immediate or remote interest; self-interest largely obscures logic. The difference between the minds of savage and civilized men is more one of content than of nature, of degree rather than of quality.
2007 86:2.4 O homem tende naturalmente a crer naquilo que julga ser o melhor para si próprio, aquilo que é do seu interesse imediato ou remoto; o interesse próprio obscurece, em muito, a lógica. A diferença entre as mentes dos selvagens e a dos homens civilizados é mais de conteúdo do que de natureza, de grau mais do que de qualidade.
1955 86:2.5 But to continue to ascribe things difficult of comprehension to supernatural causes is nothing less than a lazy and convenient way of avoiding all forms of intellectual hard work. Luck is merely a term coined to cover the inexplicable in any age of human existence; it designates those phenomena which men are unable or unwilling to penetrate. Chance is a word which signifies that man is too ignorant or too indolent to determine causes. Men regard a natural occurrence as an accident or as bad luck only when they are destitute of curiosity and imagination, when the races lack initiative and adventure. Exploration of the phenomena of life sooner or later destroys man’s belief in chance, luck, and so-called accidents, substituting therefor a universe of law and order wherein all effects are preceded by definite causes. Thus is the fear of existence replaced by the joy of living.
2007 86:2.5 Continuar a atribuir coisas de compreensão difícil a causas sobrenaturais, contudo, nada mais é do que um modo preguiçoso e conveniente de evitar todas as formas de trabalho intelectual pesado. A sorte é um termo forjado meramente para encobrir o inexplicável em qualquer época da existência humana; ela designa aqueles fenômenos que os homens são incapazes ou não se dispõem a penetrar. Usar a palavra sorte significa que o homem é ignorante demais, ou indolente em excesso, para determinar causas. Os homens consideram uma ocorrência natural como sendo um acidente, ou má sorte, apenas quando são desprovidos de curiosidade e de imaginação, quando falta iniciativa e aventura às raças. A exploração dos fenômenos da vida, mais cedo ou mais tarde, destrói a crença do homem no acaso, na sorte e nos chamados acidentes; e, conseqüentemente, esses fenômenos passam a ocupar o lugar de um universo de lei e de ordem, em que todos os efeitos são precedidos por causas definidas. Assim, o medo da existência é substituído pelo júbilo de viver.
1955 86:2.6 The savage looked upon all nature as alive, as possessed by something. Civilized man still kicks and curses those inanimate objects which get in his way and bump him. Primitive man never regarded anything as accidental; always was everything intentional. To primitive man the domain of fate, the function of luck, the spirit world, was just as unorganized and haphazard as was primitive society. Luck was looked upon as the whimsical and temperamental reaction of the spirit world; later on, as the humor of the gods.
2007 86:2.6 O selvagem via toda a natureza como sendo viva, como sendo possuída por algo. O homem civilizado ainda chuta e pragueja contra os objetos inanimados que entram na sua frente e chocam-se com ele. O homem primitivo nunca encarou nada como acidental; tudo foi sempre intencional. Para o homem primitivo, o domínio do destino, função da sorte, mundo dos espíritos, era tudo tão desorganizado e sujeito ao acaso, quanto o era a sociedade primitiva. A sorte era considerada como uma reação caprichosa e temperamental do mundo do espírito; e, mais tarde, causa do humor dos deuses.
1955 86:2.7 But all religions did not develop from animism. Other concepts of the supernatural were contemporaneous with animism, and these beliefs also led to worship. Naturalism is not a religion—it is the offspring of religion.
2007 86:2.7 Contudo, nem todas as religiões se desenvolveram do animismo. Outros conceitos do sobrenatural foram contemporâneos do animismo, e essas crenças também conduziram à adoração. O naturalismo não é uma religião — ele nasce da religião.
3. DEATH—THE INEXPLICABLE
3. A MORTE — O INEXPLICÁVEL
1955 86:3.1 Death was the supreme shock to evolving man, the most perplexing combination of chance and mystery. Not the sanctity of life but the shock of death inspired fear and thus effectively fostered religion. Among savage peoples death was ordinarily due to violence, so that nonviolent death became increasingly mysterious. Death as a natural and expected end of life was not clear to the consciousness of primitive people, and it has required age upon age for man to realize its inevitability.
2007 86:3.1 A morte foi o choque supremo para o homem em evolução, a combinação mais desconcertante de acaso e mistério. Não a santidade da vida, mas o choque da morte é que inspirava o medo e, assim, fomentava efetivamente a religião. Em meio aos povos selvagens, a morte, comumente, era causada pela violência, de um modo tal que a morte não violenta tornou-se cada vez mais misteriosa. A morte, como um fim natural e esperado para a vida, não era algo que estivesse claro para a consciência dos povos primitivos; e foram necessárias idades e mais idades para que o homem compreendesse a sua inevitabilidade.
1955 86:3.2 Early man accepted life as a fact, while he regarded death as a visitation of some sort. All races have their legends of men who did not die, vestigial traditions of the early attitude toward death. Already in the human mind there existed the nebulous concept of a hazy and unorganized spirit world, a domain whence came all that is inexplicable in human life, and death was added to this long list of unexplained phenomena.
2007 86:3.2 O homem primitivo aceitou a vida como um fato, ao mesmo tempo que considerava a morte como uma visitação de alguma espécie. Todas as raças possuem suas lendas sobre homens que não morriam, vestígios das tradições da atitude inicial para com a morte. Na mente humana, existia já o conceito nebuloso de um mundo do espírito, obscuro e não organizado, um domínio de onde vinha tudo o que é inexplicável na vida humana; e a morte constava dessa longa lista de fenômenos sem explicação.
1955 86:3.3 All human disease and natural death was at first believed to be due to spirit influence. Even at the present time some civilized races regard disease as having been produced by “the enemy” and depend upon religious ceremonies to effect healing. Later and more complex systems of theology still ascribe death to the action of the spirit world, all of which has led to such doctrines as original sin and the fall of man.
2007 86:3.3 Acreditava-se, inicialmente, que todas as doenças humanas, bem como a morte natural, se devessem à influência do espírito. E, ainda no presente, algumas raças civilizadas encaram a doença como tendo sido produzida pelo “inimigo”, e dependem das cerimônias religiosas para efetuar a sua cura. Sistemas mais recentes e complexos de teologia ainda atribuem a morte à ação do mundo do espírito; e tudo isso acarretou doutrinas tais como a do pecado original e a da queda do homem.
1955 86:3.4 It was the realization of impotency before the mighty forces of nature, together with the recognition of human weakness before the visitations of sickness and death, that impelled the savage to seek for help from the supermaterial world, which he vaguely visualized as the source of these mysterious vicissitudes of life.
2007 86:3.4 Foi a compreensão da impotência diante das forças poderosas da natureza, junto com o reconhecimento da fraqueza humana diante das visitações da doença e da morte, que impeliu o selvagem a buscar ajuda do mundo supramaterial, vagamente visualizado como a fonte dessas vicissitudes misteriosas da vida.
4. THE DEATH-SURVIVAL CONCEPT
4. O CONCEITO DE UMA SOBREVIVÊNCIA APÓS A MORTE
1955 86:4.1 The concept of a supermaterial phase of mortal personality was born of the unconscious and purely accidental association of the occurrences of everyday life plus the ghost dream. The simultaneous dreaming about a departed chief by several members of his tribe seemed to constitute convincing evidence that the old chief had really returned in some form. It was all very real to the savage who would awaken from such dreams reeking with sweat, trembling, and screaming.
2007 86:4.1 O conceito de uma fase supramaterial da personalidade mortal nasceu da associação inconsciente, e puramente acidental, entre ocorrências da vida diária e sonhos com espíritos. Quando vários membros de uma tribo sonhavam, simultaneamente, com o chefe que já estava morto, isso parecia constituir uma evidência convincente de que o velho chefe havia, realmente, voltado, sob alguma forma. Tudo era muito real, para o selvagem, quando, molhado de suor, acordava desses sonhos, tremendo e gritando.
1955 86:4.2 The dream origin of the belief in a future existence explains the tendency always to imagine unseen things in the terms of things seen. And presently this new dream-ghost-future-life concept began effectively to antidote the death fear associated with the biologic instinct of self-preservation.
2007 86:4.2 A origem da crença em uma existência futura explica a tendência de sempre imaginar as coisas não visíveis nos termos das coisas visíveis. E, logo, esse conceito novo de uma vida-futura-do-fantasma-onírico transformou-se, efetivamente, no antídoto para o medo da morte, associado ao instinto biológico de autopreservação.
1955 86:4.3 Early man was also much concerned about his breath, especially in cold climates, where it appeared as a cloud when exhaled. The breath of life was regarded as the one phenomenon which differentiated the living and the dead. He knew the breath could leave the body, and his dreams of doing all sorts of queer things while asleep convinced him that there was something immaterial about a human being. The most primitive idea of the human soul, the ghost, was derived from the breath-dream idea-system.
2007 86:4.3 O homem primevo também se preocupava muito com o ar expirado, especialmente nos climas frios, quando a exalação saía como uma nuvem. O sopro da vida foi considerado como o fenômeno que diferenciava os vivos dos mortos[2]. Ele sabia que o seu sopro podia deixar o corpo e que seus sonhos, de estar fazendo toda espécie de coisas estranhas, enquanto adormecido, convenciam-no de que havia algo imaterial em um ser humano. A idéia mais primitiva da alma humana, o fantasma, derivou desse sistema de idéias gerado pela respiração e pelos sonhos.
1955 86:4.4 Eventually the savage conceived of himself as a double—body and breath. The breath minus the body equaled a spirit, a ghost. While having a very definite human origin, ghosts, or spirits, were regarded as superhuman. And this belief in the existence of disembodied spirits seemed to explain the occurrence of the unusual, the extraordinary, the infrequent, and the inexplicable.
2007 86:4.4 Finalmente, o selvagem concebeu a si próprio como um ser duplo — o corpo e a respiração. O sopro, menos o corpo, era igual ao espírito, igual a um fantasma. Embora tivessem uma origem humana bastante definida, os fantasmas, ou os espíritos, eram considerados supra-humanos. E essa crença, na existência de espíritos fora dos corpos, parecia explicar a ocorrência do inusitado, extraordinário, infreqüente e inexplicável.
1955 86:4.5 The primitive doctrine of survival after death was not necessarily a belief in immortality. Beings who could not count over twenty could hardly conceive of infinity and eternity; they rather thought of recurring incarnations.
2007 86:4.5 A doutrina primitiva da sobrevivência depois da morte não era necessariamente uma crença na imortalidade. Seres que não podiam contar acima de vinte, dificilmente poderiam conceber a infinitude e a eternidade; pensavam, antes, em repetidas encarnações.
1955 86:4.6 The orange race was especially given to belief in transmigration and reincarnation. This idea of reincarnation originated in the observance of hereditary and trait resemblance of offspring to ancestors. The custom of naming children after grandparents and other ancestors was due to belief in reincarnation. Some later-day races believed that man died from three to seven times. This belief (residual from the teachings of Adam about the mansion worlds), and many other remnants of revealed religion, can be found among the otherwise absurd doctrines of twentieth-century barbarians.
2007 86:4.6 A raça alaranjada era especialmente dada a acreditar na transmigração e na reencarnação. Essa idéia, a da reencarnação, originou-se na observância da semelhança hereditária e nos traços entre a progênie e os ancestrais. O costume de chamar os filhos pelos nomes dos avós e outros ancestrais era devido à crença na reencarnação. Algumas raças bem recentes acreditavam que o homem morria de três a sete vezes. Essa crença (que remonta aos ensinamentos de Adão sobre os mundos das mansões), bem como muitas outras, que são remanescentes da religião revelada, podem ser encontradas entre as doutrinas absurdas, por outros motivos, dos bárbaros do século vinte.
1955 86:4.7 Early man entertained no ideas of hell or future punishment. The savage looked upon the future life as just like this one, minus all ill luck. Later on, a separate destiny for good ghosts and bad ghosts—heaven and hell—was conceived. But since many primitive races believed that man entered the next life just as he left this one, they did not relish the idea of becoming old and decrepit. The aged much preferred to be killed before becoming too infirm.
2007 86:4.7 O homem primitivo não alimentou idéias de um inferno, nem de punições futuras. O selvagem via a vida futura exatamente como via esta, menos toda a má sorte. Mais recentemente, um destino diferente para os bons espíritos e para os maus espíritos — o céu e o inferno — foi concebido. Todavia, já que muitas raças primitivas acreditavam que o homem entrava na próxima vida exatamente como havia deixado esta, a idéia de tornarem-se velhos e decrépitos não lhes era agradável. O idoso preferia muito ser morto, antes de tornar-se enfermo demais.
1955 86:4.8 Almost every group had a different idea regarding the destiny of the ghost soul. The Greeks believed that weak men must have weak souls; so they invented Hades as a fit place for the reception of such anemic souls; these unrobust specimens were also supposed to have shorter shadows. The early Andites thought their ghosts returned to the ancestral homelands. The Chinese and Egyptians once believed that soul and body remained together. Among the Egyptians this led to careful tomb construction and efforts at body preservation. Even modern peoples seek to arrest the decay of the dead. The Hebrews conceived that a phantom replica of the individual went down to Sheol; it could not return to the land of the living. They did make that important advance in the doctrine of the evolution of the soul.
2007 86:4.8 Os grupos, quase todos, alimentavam idéias diferentes a respeito do destino do fantasma da alma. Os gregos acreditavam que os homens fracos deviam ter almas fracas e, sendo assim, inventaram o Hades como um lugar adequado para receber essas almas anêmicas; supunha-se também que esses espécimes, pouco robustos, tivessem sombras menores. Os primeiros anditas achavam que os seus fantasmas retornavam para as terras ancestrais. Chineses e egípcios acreditaram outrora que a alma e o corpo permaneciam juntos. Entre os egípcios, isso levou a construções aprimoradas de tumbas e a esforços para se preservar os corpos. Mesmo os povos modernos buscam evitar a decomposição dos mortos. Os hebreus concebiam que uma réplica do fantasma do indivíduo descia até o Sheol, e não podia voltar à terra dos vivos[3]. E conceberam esse avanço importante na doutrina da evolução da alma.
5. THE GHOST-SOUL CONCEPT
5. O CONCEITO DA ALMA-FANTASMA
1955 86:5.1 The nonmaterial part of man has been variously termed ghost, spirit, shade, phantom, specter, and latterly soul. The soul was early man’s dream double; it was in every way exactly like the mortal himself except that it was not responsive to touch. The belief in dream doubles led directly to the notion that all things animate and inanimate had souls as well as men. This concept tended long to perpetuate the nature-spirit beliefs; the Eskimos still conceive that everything in nature has a spirit.
2007 86:5.1 A parte não-material do homem tem sido denominada de vários modos: fantasma, espírito, sombra, visão, espectro e, mais recentemente, alma. A alma certa vez foi o sonho que o homem primitivo tinha, do seu ser duplicado; era, em todos os sentidos, exatamente como o próprio mortal, a não ser pelo fato de não ser sensível ao toque. A crença nesses duplos oníricos levou diretamente à noção de que todas as coisas, animadas e inanimadas, tinham almas tanto quanto os homens. Esse conceito, durante muito tempo, levou à perpetuação das crenças em espíritos da natureza; os esquimós ainda acham que tudo na natureza tem um espírito.
1955 86:5.2 The ghost soul could be heard and seen, but not touched. Gradually the dream life of the race so developed and expanded the activities of this evolving spirit world that death was finally regarded as “giving up the ghost.” All primitive tribes, except those little above animals, have developed some concept of the soul. As civilization advances, this superstitious concept of the soul is destroyed, and man is wholly dependent on revelation and personal religious experience for his new idea of the soul as the joint creation of the God-knowing mortal mind and its indwelling divine spirit, the Thought Adjuster.
2007 86:5.2 A alma fantasma podia ser ouvida e vista, mas não tocada. Gradualmente, a vida que a raça tinha durante os sonhos desenvolveu e expandiu, assim, as atividades desse mundo espiritual em evolução, e de um tal modo, que a morte, finalmente, foi considerada como “entregar a alma”[4]. Todas as tribos primitivas, excetuando-se aquelas só pouco acima dos animais, desenvolveram algum conceito de alma. À medida que a civilização avança, esse conceito supersticioso da alma é destruído, e o homem torna-se inteiramente dependente da revelação e da experiência religiosa pessoal, para a sua nova idéia da alma, como uma criação conjunta, feita pela mente mortal sabedora de Deus, monitorada pelo seu espírito interior divino residente, o Ajustador do Pensamento.
1955 86:5.3 Early mortals usually failed to differentiate the concepts of an indwelling spirit and a soul of evolutionary nature. The savage was much confused as to whether the ghost soul was native to the body or was an external agency in possession of the body. The absence of reasoned thought in the presence of perplexity explains the gross inconsistencies of the savage view of souls, ghosts, and spirits.
2007 86:5.3 Os mortais primitivos, em geral, não conseguiram diferenciar o conceito do espírito residente, separando-o do conceito da alma de natureza evolucionária. O selvagem se confundia muito quanto à alma fantasma nascer junto com o corpo ou quanto a ser um agente externo que tomava posse do corpo. A ausência de um pensamento racional, ao lado da perplexidade, explica as inconsistências grosseiras da visão selvagem sobre as almas, os fantasmas e os espíritos.
1955 86:5.4 The soul was thought of as being related to the body as the perfume to the flower. The ancients believed that the soul could leave the body in various ways, as in:
2007 86:5.4 Pensou-se na alma como sendo relacionada ao corpo, como o perfume está para a flor. Os antigos acreditavam que a alma podia deixar o corpo de vários modos, tais como:
1955 86:5.7 3. Coma and unconsciousness associated with disease and accidents.
2007 86:5.7 3. No estado de coma e inconsciência, ligado à doença e acidentes.
1955 86:5.9 The savage looked upon sneezing as an abortive attempt of the soul to escape from the body. Being awake and on guard, the body was able to thwart the soul’s attempted escape. Later on, sneezing was always accompanied by some religious expression, such as “God bless you!”
2007 86:5.9 O selvagem considerava o espirro como uma tentativa abortada da alma de escapar do corpo. Estando desperto e alerta, o corpo era capaz de frustrar a tentativa feita pela alma de escapar. Posteriormente, o espirro foi sempre acompanhado por alguma expressão religiosa, tal como “Deus o abençoe!”
1955 86:5.10 Early in evolution sleep was regarded as proving that the ghost soul could be absent from the body, and it was believed that it could be called back by speaking or shouting the sleeper’s name. In other forms of unconsciousness the soul was thought to be farther away, perhaps trying to escape for good—impending death. Dreams were looked upon as the experiences of the soul during sleep while temporarily absent from the body. The savage believes his dreams to be just as real as any part of his waking experience. The ancients made a practice of awaking sleepers gradually so that the soul might have time to get back into the body.
2007 86:5.10 Nos primórdios da evolução, o adormecer foi considerado como uma prova de que a alma fantasma poderia estar ausente do corpo, e acreditou-se que podia ser chamada de volta, falando-se ou gritando-se o nome do adormecido. Em outras formas de inconsciência, julgava-se que a alma estivesse mais longe, talvez tentando escapar para sempre — a morte iminente. Os sonhos eram considerados como as experiências da alma, durante o sono, enquanto estava temporariamente ausente do corpo. O selvagem crê que os seus sonhos sejam tão reais quanto quaisquer partes da sua experiência na vigília. Os antigos tinham a prática de acordar os adormecidos gradativamente, de modo que a alma pudesse ter tempo de re-encaixar-se no corpo.
1955 86:5.11 All down through the ages men have stood in awe of the apparitions of the night season, and the Hebrews were no exception. They truly believed that God spoke to them in dreams, despite the injunctions of Moses against this idea. And Moses was right, for ordinary dreams are not the methods employed by the personalities of the spiritual world when they seek to communicate with material beings.
2007 86:5.11 Em todas as épocas, os homens amedrontavam-se com as aparições em horas noturnas; e os hebreus não foram nenhuma exceção. Acreditavam verdadeiramente que Deus falava a eles, em sonhos, apesar das determinações de Moisés contra tal idéia[5][6]. E Moisés estava certo, pois os sonhos comuns não são o meio mais empregado pelas personalidades do mundo espiritual, quando buscam comunicar-se com os seres materiais.
1955 86:5.12 The ancients believed that souls could enter animals or even inanimate objects. This culminated in the werewolf ideas of animal identification. A person could be a law-abiding citizen by day, but when he fell asleep, his soul could enter a wolf or some other animal to prowl about on nocturnal depredations.
2007 86:5.12 Os antigos acreditavam que as almas podiam entrar nos animais ou mesmo nos objetos inanimados. Essa identificação com os animais culminou na idéia de lobisomens. Um indivíduo podia ser um cidadão da lei durante o dia, mas, quando adormecia, a sua alma podia entrar em um lobo ou outro animal e perambular em depredações noturnas.
1955 86:5.13 Primitive men thought that the soul was associated with the breath, and that its qualities could be imparted or transferred by the breath. The brave chief would breathe upon the newborn child, thereby imparting courage. Among early Christians the ceremony of bestowing the Holy Spirit was accompanied by breathing on the candidates. Said the Psalmist: “By the word of the Lord were the heavens made and all the host of them by the breath of his mouth.” It was long the custom of the eldest son to try to catch the last breath of his dying father.
2007 86:5.13 Os homens primitivos achavam que a alma estivesse associada à respiração, e que por meio desta as suas qualidades podiam ser comunicadas ou transferidas. O valente chefe sopraria sobre a criança recém-nascida, com isso ministrando-lhe a coragem. Entre os primeiros cristãos, a cerimônia de conferir o Espírito Santo era acompanhada de sopros nos candidatos[7]. Disse o salmista: “Pela palavra do Senhor, os céus foram feitos e todas as Suas hostes, por meio do sopro da Sua boca”[8]. É antigo o costume de um filho primogênito tentar captar o último sopro do seu pai à morte.
1955 86:5.14 The shadow came, later on, to be feared and revered equally with the breath. The reflection of oneself in the water was also sometimes looked upon as proof of the double self, and mirrors were regarded with superstitious awe. Even now many civilized persons turn the mirror to the wall in the event of death. Some backward tribes still believe that the making of pictures, drawings, models, or images removes all or a part of the soul from the body; hence such are forbidden.
2007 86:5.14 A sombra, mais tarde, veio a ser temida, e reverenciada, do mesmo modo que a respiração. O reflexo de si próprio na água, também, algumas vezes, foi visto como evidência do duplo eu; e os espelhos encarados com um respeito supersticioso. E, mesmo hoje, muitas pessoas civilizadas viram os espelhos contra a parede, em caso de morte. Algumas tribos retrógradas ainda acreditam que as fotos, desenhos, modelos, ou imagens, retiram toda ou parte da alma do corpo; por isso, tais coisas ficam proibidas.
1955 86:5.15 The soul was generally thought of as being identified with the breath, but it was also located by various peoples in the head, hair, heart, liver, blood, and fat. The “crying out of Abel’s blood from the ground” is expressive of the onetime belief in the presence of the ghost in the blood. The Semites taught that the soul resided in the bodily fat, and among many the eating of animal fat was taboo. Head hunting was a method of capturing an enemy’s soul, as was scalping. In recent times the eyes have been regarded as the windows of the soul.
2007 86:5.15 Achava-se geralmente que a alma fosse identificada com a respiração; mas, também, vários povos a localizaram na cabeça, cabelo, coração, fígado, sangue e gordura. O “grito que saiu do sangue de Abel, no chão”, exprime a crença, de outrora, na presença do fantasma no sangue[9]. Os semitas ensinavam que a alma residia na gordura do corpo e, entre muitos deles, comer gordura animal era um tabu[10]. Um modo de capturar a alma do inimigo seria caçar a sua cabeça, como o foi retirar o escalpe. Em tempos recentes, os olhos têm sido encarados como sendo janelas da alma[11].
1955 86:5.16 Those who held the doctrine of three or four souls believed that the loss of one soul meant discomfort, two illness, three death. One soul lived in the breath, one in the head, one in the hair, one in the heart. The sick were advised to stroll about in the open air with the hope of recapturing their strayed souls. The greatest of the medicine men were supposed to exchange the sick soul of a diseased person for a new one, the “new birth.”
2007 86:5.16 Aqueles que sustentavam a doutrina de três ou quatro almas acreditavam que a perda de uma alma significava desconforto, de duas, a doença, e de três, a morte. Uma alma vivia na respiração, outra, na cabeça, a terceira, nos cabelos, e a quarta, no coração. Os doentes recebiam o conselho de passear ao ar livre, na esperança de recapturar as suas almas desgarradas. Os maiores dos curandeiros deviam trocar a alma adoentada de uma pessoa enferma por uma nova, o que era um “novo nascimento”.
1955 86:5.17 The children of Badonan developed a belief in two souls, the breath and the shadow. The early Nodite races regarded man as consisting of two persons, soul and body. This philosophy of human existence was later reflected in the Greek viewpoint. The Greeks themselves believed in three souls; the vegetative resided in the stomach, the animal in the heart, the intellectual in the head. The Eskimos believe that man has three parts: body, soul, and name.
2007 86:5.17 Os filhos de Badonan desenvolveram a crença em duas almas: a respiração e a sombra. As primeiras raças noditas consideravam que o homem consistia de duas pessoas: alma e corpo. Essa filosofia da existência humana, mais tarde, refletiu-se no ponto de vista grego. E os próprios gregos mesmo acreditavam em três almas: a vegetativa, que residia no estômago; a animal, no coração; a intelectual, na cabeça. Os esquimós acreditam que o homem tem três partes: corpo, alma e nome.
6. THE GHOST-SPIRIT ENVIRONMENT
6. O MEIO AMBIENTE DOS ESPÍRITOS-FANTASMAS
1955 86:6.1 Man inherited a natural environment, acquired a social environment, and imagined a ghost environment. The state is man’s reaction to his natural environment, the home to his social environment, the church to his illusory ghost environment.
2007 86:6.1 O homem herdou um meio ambiente natural, adquiriu um ambiente social e imaginou um ambiente fantasma. O estado é a reação do homem ao seu meio ambiente natural; o lar, a sua reação ao seu ambiente social; a igreja, a sua reação ao seu ambiente-fantasma ilusório.
1955 86:6.2 Very early in the history of mankind the realities of the imaginary world of ghosts and spirits became universally believed, and this newly imagined spirit world became a power in primitive society. The mental and moral life of all mankind was modified for all time by the appearance of this new factor in human thinking and acting.
2007 86:6.2 Muito cedo, na história da humanidade, as realidades do mundo imaginário, dos fantasmas e dos espíritos, tornaram-se universalmente acreditadas; e tal mundo espiritual recém-imaginado tornou-se um poder na sociedade primitiva. A vida mental e moral de toda a humanidade foi modificada para sempre pelo surgimento desse novo fator no pensamento e nos atos humanos.
1955 86:6.3 Into this major premise of illusion and ignorance, mortal fear has packed all of the subsequent superstition and religion of primitive peoples. This was man’s only religion up to the times of revelation, and today many of the world’s races have only this crude religion of evolution.
2007 86:6.3 Dentro dessa premissa maior, na ilusão e na ignorância, o medo do mortal empacotou todas as superstições e religiões subseqüentes dos povos primitivos. E foi essa a única religião do homem até a época da revelação, e, hoje, muitas das raças do mundo têm apenas tal religião imatura, proveniente apenas da evolução.
1955 86:6.4 As evolution progressed, good luck became associated with good spirits and bad luck with bad spirits. The discomfort of enforced adaptation to a changing environment was regarded as ill luck, the displeasure of the spirit ghosts. Primitive man slowly evolved religion out of his innate worship urge and his misconception of chance. Civilized man provides schemes of insurance to overcome these chance occurrences; modern science puts an actuary with mathematical reckoning in the place of fictitious spirits and whimsical gods.
2007 86:6.4 Com o avanço da evolução, a boa sorte ficou associada aos bons espíritos, e a má sorte, aos espíritos maus. O desconforto de uma adaptação forçada a um ambiente em mutação foi encarado como má sorte, o descontentamento dos fantasmas espíritos. O homem primitivo, aos poucos, fez a sua religião evoluir, saída do seu impulso inato de adoração e da sua concepção errônea do acaso. O homem civilizado criou esquemas de segurança para superar os acontecimentos ao acaso; a ciência moderna, em lugar de espíritos fictícios e deuses caprichosos, coloca os compêndios e as estatísticas apoiando-as em cálculos matemáticos.
1955 86:6.5 Each passing generation smiles at the foolish superstitions of its ancestors while it goes on entertaining those fallacies of thought and worship which will give cause for further smiling on the part of enlightened posterity.
2007 86:6.5 Cada geração que passa sorri das superstições tolas dos seus ancestrais, alimentando, ao mesmo tempo, as falácias de pensamento e adoração que irão ser o motivo dos risos futuros da posteridade mais esclarecida.
1955 86:6.6 But at last the mind of primitive man was occupied with thoughts which transcended all of his inherent biologic urges; at last man was about to evolve an art of living based on something more than response to material stimuli. The beginnings of a primitive philosophic life policy were emerging. A supernatural standard of living was about to appear, for, if the spirit ghost in anger visits ill luck and in pleasure good fortune, then must human conduct be regulated accordingly. The concept of right and wrong had at last evolved; and all of this long before the times of any revelation on earth.
2007 86:6.6 Finalmente, porém, a mente do homem primitivo foi ocupada por pensamentos que transcenderam a todos os seus impulsos biológicos inerentes; afinal, o homem chegou a ponto de fazer evoluir uma arte de viver, baseada em algo mais do que uma resposta a estímulos materiais. Os primórdios de uma política primitiva de vida filosófica estavam surgindo. Um padrão sobrenatural de vida estava para aparecer, pois se, quando o fantasma espírito está em fúria, ele traz a má sorte, e quando no prazer, ele traz a boa sorte, então, a conduta humana deve ser regulada considerando isso. O conceito do certo e do errado havia, afinal, evoluído; e, tudo isso, muito antes da época de qualquer revelação na Terra.
1955 86:6.7 With the emergence of these concepts, there was initiated the long and wasteful struggle to appease the ever-displeased spirits, the slavish bondage to evolutionary religious fear, that long waste of human effort upon tombs, temples, sacrifices, and priesthoods. It was a terrible and frightful price to pay, but it was worth all it cost, for man therein achieved a natural consciousness of relative right and wrong; human ethics was born!
2007 86:6.7 Com o surgimento desses conceitos, foi iniciada a longa e destrutiva luta para apaziguar os espíritos, sempre descontentes, e iniciou-se a prisão escravizadora ao medo religioso evolucionário, que se constituiu de todos os esforços humanos, longos e desperdiçados, gastos em túmulos, templos, sacrifícios e sacerdócios. Foi um preço terrível, e assustador, o que se pagou; mas valeu todo o seu custo, pois, nisso, o homem alcançou um estado natural de consciência do certo e do errado relativos; e, desse modo, a ética humana havia nascido!
7. THE FUNCTION OF PRIMITIVE RELIGION
7. A FUNÇÃO DA RELIGIÃO PRIMITIVA
1955 86:7.1 The savage felt the need of insurance, and he therefore willingly paid his burdensome premiums of fear, superstition, dread, and priest gifts toward his policy of magic insurance against ill luck. Primitive religion was simply the payment of premiums on insurance against the perils of the forests; civilized man pays material premiums against the accidents of industry and the exigencies of modern modes of living.
2007 86:7.1 O selvagem sentia a necessidade de segurança e, conseqüentemente, pagava com boa disposição os seus pesados preços, na forma de medo, superstição, pavor e donativos aos sacerdotes; e isso era a sua política de magia como seguro contra a má sorte. A religião primitiva era simplesmente o pagamento do prêmio ao seguro contra os perigos das florestas. O homem civilizado paga prêmios materiais contra os acidentes da indústria e os riscos dos modos modernos de vida.
1955 86:7.2 Modern society is removing the business of insurance from the realm of priests and religion, placing it in the domain of economics. Religion is concerning itself increasingly with the insurance of life beyond the grave. Modern men, at least those who think, no longer pay wasteful premiums to control luck. Religion is slowly ascending to higher philosophic levels in contrast with its former function as a scheme of insurance against bad luck.
2007 86:7.2 A sociedade moderna está retirando o negócio dos seguros das mãos dos sacerdotes e da religião, colocando-o sob o controle da economia. A religião está-se ocupando, cada vez mais, com a segurança da vida além da sepultura. Os homens modernos, ao menos aqueles que pensam, não mais pagam dispendiosos prêmios para controlar a sorte. A religião, vagarosamente, está ascendendo a patamares filosóficos mais elevados, se a sua função for comparada à atuação anterior, de esquema de segurança contra a má sorte.
1955 86:7.3 But these ancient ideas of religion prevented men from becoming fatalistic and hopelessly pessimistic; they believed they could at least do something to influence fate. The religion of ghost fear impressed upon men that they must regulate their conduct, that there was a supermaterial world which was in control of human destiny.
2007 86:7.3 Contudo tais idéias antigas, da religião, impediram os homens de tornarem-se fatalistas e desesperadamente pessimistas; ao menos, eles acreditaram que poderiam fazer algo para influenciar o destino. A religião, por meio do medo dos fantasmas, transmitiu aos homens a certeza de que eles deveriam regular sua conduta, de que havia um mundo supramaterial que mantinha controle sobre o destino humano.
1955 86:7.4 Modern civilized races are just emerging from ghost fear as an explanation of luck and the commonplace inequalities of existence. Mankind is achieving emancipation from the bondage of the ghost-spirit explanation of ill luck. But while men are giving up the erroneous doctrine of a spirit cause of the vicissitudes of life, they exhibit a surprising willingness to accept an almost equally fallacious teaching which bids them attribute all human inequalities to political misadaptation, social injustice, and industrial competition. But new legislation, increasing philanthropy, and more industrial reorganization, however good in and of themselves, will not remedy the facts of birth and the accidents of living. Only comprehension of facts and wise manipulation within the laws of nature will enable man to get what he wants and to avoid what he does not want. Scientific knowledge, leading to scientific action, is the only antidote for so-called accidental ills.
2007 86:7.4 As raças civilizadas modernas estão, agora, deixando de lado esse medo de fantasmas, como explicação para a sorte e para as desigualdades tão comuns da existência. A humanidade está conseguindo emancipar-se da servidão, deixando de explicar a má sorte por meio de espíritos fantasmas. Entretanto, ao mesmo tempo em que os homens estão desistindo da doutrina errônea de uma causa espiritual para as vicissitudes da vida, eles demonstram uma disposição surpreendente para aceitar um ensinamento, quase tão falacioso, que os concita a atribuir toda a desigualdade humana ao desajuste político, à injustiça social e à competição industrial. No entanto, uma nova legislação, uma filantropia crescente e uma reorganização mais industrial, por melhores que forem, por si próprias, não irão remediar os fatos do nascimento e dos acidentes da vida. Apenas a compreensão dos fatos e uma manipulação mais sábia, dentro das leis da natureza, capacitarão o homem a conseguir o que ele almeja e evitar o que ele não quer. O conhecimento científico, que conduz à ação científica, é o único antídoto contra os chamados males acidentais.
1955 86:7.5 Industry, war, slavery, and civil government arose in response to the social evolution of man in his natural environment; religion similarly arose as his response to the illusory environment of the imaginary ghost world. Religion was an evolutionary development of self-maintenance, and it has worked, notwithstanding that it was originally erroneous in concept and utterly illogical.
2007 86:7.5 A indústria, a guerra, a escravidão e o governo civil surgiram, em resposta à evolução social do homem, no seu meio ambiente natural; a religião surgiu, do mesmo modo, como uma resposta sua ao ambiente ilusório do mundo imaginário dos fantasmas. A religião foi um desenvolvimento evolucionário de automanutenção, e tem funcionado não obstante haver sido originalmente errônea em conceito, e totalmente ilógica.
1955 86:7.6 Primitive religion prepared the soil of the human mind, by the powerful and awesome force of false fear, for the bestowal of a bona fide spiritual force of supernatural origin, the Thought Adjuster. And the divine Adjusters have ever since labored to transmute God-fear into God-love. Evolution may be slow, but it is unerringly effective.
2007 86:7.6 Por intermédio da força poderosa e intimidante de um falso medo, a religião primitiva preparou o solo da mente humana para o recebimento de uma força espiritual autêntica, de origem sobrenatural: a dádiva do Ajustador do Pensamento. E os Ajustadores divinos, desde então, têm trabalhado para transmutar o temor de Deus em amor a Deus. A evolução pode ser lenta, mas é infalivelmente eficaz.
1955 86:7.7 [Presented by an Evening Star of Nebadon.]
2007 86:7.7 [Apresentado por um Estrela Vespertino de Nébadon.
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